Enquanto o povo mandava um recado nada “carinhoso” para Bolsonaro nos bloco de rua no Rio de Janeiro, na Sapucaí, a Estação Primeira de Mangueira levou para o sambódromo o enredo “História para ninar gente grande”. A Verde e Rosa trouxe neste carnaval um olhar para páginas ausentes de muitos heróis populares: índios, negros e pobres, mantidos fora dos livros, mas presentes na constelação do samba enredo.

A Mangueira cantou Sepé Tiaraju, Teresa de Benguela, Dandara e tantos outros heróis de nosso povo. Quem esteve na Sapucaí na segunda-feira de carnaval se emocionou com toda essa desconstrução histórica que a mangueira fez – o enredo estava na boca do povo que aderiu em massa a sua letra e melodia.

Considerando o delicado momento que o Brasil vive, onde fia seu futuro com jargões populistas e conservadores do tipo “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, o Governo administra o país pelas redes sociais, atacando inclusive o carnaval do estado e priorizando temas impopulares como a Reforma da Previdência e outros ataques que retiram direitos dos pobres e negros deste país.

Neste contexto, a escola de samba nos brinda com um dos enredos mais politizados dos últimos anos, e lava a alma do povo carioca, cansado de tantos desmandos e perseguição a uma de suas festas mais populares. A Mangueira trouxe a tona a Marielle, ex-vereadora do PSOL, assassinada há um ano pela milícia do Estado do Rio de Janeiro.

Dia 08 de março é o dia Internacional de Luta das Mulheres, haverá atos por todas as cidades do Brasil. Mangueira ganha o carnaval com um importante chamado às mulheres: “Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”.

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